terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Desabafo.

Amar. Alegrar. Entristecer. Criar regras de conduta e moral pra podermos viver em ordem na sociedade. Trabalhar. Entregar pensamentos e segredos de uma vida para alguém. Morrer.
Ou apenas morrer.
Não temo a morte, temo ter aquela dor de estomago todos os dias.

A gente não vive em vão. Acho que se vivêssemos apenas por viver, não teríamos desenvolvido a capacidade de sentir angustias e saudades.
Desde pequena, criei um mundo alegórico pra confortar minha saudade, quase como a Terra do Nunca. Depois de crescida, percebi que esse mundo já tinha sido criado por outra pessoa, que eram as mesmas idéias e os mesmos princípios. Isso me fez pensar que eu não sou louca.


Mas por outro lado, acreditar em algo surreal para se confortar é uma espécie de desvario, não é?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Recorte

Abri o armário, tinha um pão mofado, um pote de achocolatado, um pacote de café e um liquidificador que parecia não ser usado há muito. Abri a geladeira, tinha cerveja, uma romã podre, orégano e um requeijão light estragado.
Por mais que tenhamos intimidade com alguém, quando nos afastamos, essa intimidade desaparece repentinamente, e a gente percebe isso nas coisas mais simples. Como ter vergonha de jogar o absorvente no lixo de um banheiro que só um homem freqüenta.

É uma sensação constrangedora quando o seu pai fala de sexo e ele sabe que você sabe o que significa.
Ele me levou num lugar que tocava pagode. Ele dizia conhecer todos e realmente cumprimentava todos. Mas acho que fazia isso só pra me impressionar, como se eu fosse a mais nova namorada dele, pois na verdade, acho que ninguém o conhecia.

Naquele lugar havia pessoas feias cantando palavras sem som. 

Vi meus sonhos em outras mentes. Descobri que café requentado não tem o mesmo efeito que café fresco. Meu pai tem uma namorada. E no final do dia eu uso drogas. 

                                                                                        


                                                                                    [E esse é um texto incompleto]